sábado, 11 de junho de 2011
Duelo no sertão que já foi mar
Insisto porque nunca desisti!
Lutando em manter-me atualizado,
sinto sumir o traje massacrado
e a roupa nova que ontem vesti.
O existir do fogo me alimenta
e queima o que fomento. Eu não presto
pois ante esta justiça eu atesto
o plano que Maquiavel atenta.
Durante a queda fui ganhando senso.
Perdendo musas, eu não fraquejei
e recorri a tudo que eu sei,
que imagino, vivo, sinto e penso.
O pobre ser ganha a condição benta
regada a fé, verdade e palavra
pois sertanejo bom é o que lavra
aquilo que seu pensamento tenta.
Desculpe a frialdade impessoal
que leva-me na corrente contrária
da coisa que de forma arbitrária
invade minha vida pessoal.
Eu sei que o que mais te interessas
é eu te elevar e vice-versa
em uma troca pura e imersa
no que me foi mostrado as avessas.
Capaz de sentir todas as magias
naturais que escondem os segredos
envoltos entre seixos e lajedos
e em salobras águas que tem gias,
recorrerei a meus antepassados
buscando inspiração para ditar
o que eu possa enfim imaginar
no tempo dos relógios atrasados.
Nasci em um sertão que já foi mar.
Por isso nado pra morrer na praia
que representa o fim de uma raia
que jamais poderei comensurar.
Meu Pai que viveu lá sentiu a força
em extinção que guia o gênio rude
lhe dando atitudes que não pude
botar em voga. Que a palavra torça!
Exaltarei agora nestes versos
seus feitos livres do clichê imposto
pois tudo que pai fez,fê-lo com gosto
d’um sertanejo em um mar imerso.
Emergirei do chão de sal e sol
a coisa antiga, viva, conservada,
e mundialmente aclamada
por um sinal universal: O “lol”.
O umbigo de Pai era no peito
devido ao desafio que aceitou.
Antigamente o ser que lhe peitou
resolveria a treta deste jeito:
Insulto é pessoal,intrasferível
e resolvível de maneira nobre:
Só um fará com que o outro dobre
da forma mais estranha e terrível.
São dois humanos com duas peixeiras
empunhadas em cada mão direita.
A sinistra amarrada nunca peita
o fim destas histórias derradeiras.
Começa o duelo dos mortais:
Amarrados se rasgam, impedidos
de se distanciarem dos perdidos
buracos de minhocas tão letais.
Meu pai sobreviveu ao desafio
por ter valor de sentir oito vezes
a musicalidade dos revezes
que de tão simples, passa em um fio
liberto dessa lei tão soberana.
Vim de queimadas e vi em queimados
as coisas que não soam de bons grados:
A faca fina que rasga a membrana.
Não há ato tão nobre quanto a briga
destes dois seres amarrados. Vera
é desvendar o que essa quimera
deseja que a humanidade siga.
Resumo: Mortandade fez a festa
em golpes altos,baixos.Foi o médio
que rasgou intestino e intermédio
de Pai. Calor que sinto hoje atesta.
Continua...
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Palavras cruas.