Macacheira turbinada.
Deixei de acreditar em mim no dia
em que me corrompi em uma esquina
pois quebrei a promessa e trouxe a sina
de que menti pra mim numa surdina.
Deixei de crer em tí quando sentí
que a verdade pode ser simbólica
e quando sentes esta forte cólica,
é a culpa lhe dizendo assim: -Mentí!
Deixei de crer no tal do ser humano
assim que percebí que o social
é o esforço de um animal
que luta para sair de um cano.
Só não deixei de crer em minha vida
pois sinto ela assim, pulsando em mim
intensa como a terra e o capim
que vibram. Acelerada e descabida
assim como a resposta de um sim
a uma atitude pura e densa
que faze-nos pensar pois, quem não pensa
encontra no final do cano, o fim.
Tomara que o pensar que absorvo
Me presenteie com algo sublime
Pois sou comparsa de um grande crime:
Excito o pensamento que promovo
em vãs palavras,em um pensamento novo
Ou algo que transforme tua mente
na forma primitiva e delinquente
que incendeia a vontade do povo.
É esse o arcano a desvendar
Em um sentir profano e suave
Pois quem conduz a música e a clave
Já sabe o proceder do emendar.
Rildo Aragão de França.
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Palavras cruas.