sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Soneto do amor doente.




Soneto do amor doente.
                        Rildo Aragão.


Teu intestino não me é bizarro.
Lhe conhecí do início ao final.
Comecei como prato principal.
Findei-me misturado ao teu catarro.

Eu percorrí teu duto intestinal
e, junto com a urina, o cigarro,
a cocaina e o mais sujo escarro,
fui despejado  num esgoto mal!

Não era a agua fria q'ueu queria
nem o cadáver podre do corcunda
que a tres dias me faz companhia.

Ha...sofro ao lembrar tua entranha funda
e nutro a esperança vã, de um dia,
voltar a ver a tua boca imunda.

Em janeiro de 1997.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Palavras cruas.