sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Magma mater.



Corri com mil cavalos corredores
por sobre as pradarias dogmáticas
das inverdades frias e asmáticas
globalizadas pelos mercadores.

Comi com mil glutões descontrolados
as máximas humanas já escritas.
Depredei túmulos, violei criptas,
dialoguei com seres abortados.

Na busca da verdade absoluta
achei, enfim, em quem acreditar.
Em meu peito finquei um altar
e dediquei-lhe toda minha luta.

Crucifiquei-me dentro dos vitrais,
depositei-lhe toda minha crença
e, em permuta, ganhei a doença
que me acompanha desde os ancestrais.

sábado, 3 de setembro de 2011

Um sonho


Lá fora nada mais existe. Sinto
delírios de uma mortuária
e mui sinistra câmara binária
capaz de ver verdade onde minto.

Um mundo livre da imaginária
verdade que te deixa tão faminto
e sempre vai apertar o teu cinto
mantendo-te em condição de pária.

Eu sonho sempre com a heresia
de que a terra que come defuntos
digere os ferros com a maresia..

somos cadaveres predestinados
pois a verdade e a hipocrisia
andaram sempre com os braços dados.