sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mulher-mar

No desolado mar, o marinheiro
tem a visão da mais linda sereia
que decompõe aquele que aperreia
montado num cavalo. Cavaleiro

conquistador da terra quente. Cheiro
forte! Homem-cavalo só anseia
ser a representação de uma peia
movida por devastação, dinheiro

e a vermelhidão dada a Marte
que, seco e sem a musa, vê a morte
encarnada. Estandarte que parte

em duas partes o azul da sorte
e o vermelho que tingiu a arte
do homem rude que não possui porte.

Homem ao mar!

As guerras que o homem grita e berra
faz recuar as ondas deste mar
imenso. Movimento a gerar
a força viva que jamais emperra.

Quem sobe alto cume sempre erra
ao pensar que se pode alcançar
o maior nível do maior pensar.
Malditos! O pensar não tá na terra

e nem em outras terras. Quando leve,
a flutuar, espaço desmedido,
será bolha de ar no mar que teve

inspiração. Eu tenho percebido
que o saber imenso se deteve
em um portal: O mar desconhecido.