quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Infernal.


Meus anticorpos cumprem seu trabalho
ao expelir de mim os corpos tortos
igual bucetas que fazem abortos
das putas que trabalham no serralho.

Os carnegões só representam mortos
que não valem o sêmen do caralho.
O pús esverdeado é o falho
canal de valas podres destes portos.

Se a inspiração vem do inferno
e ser um pecador é minha sina,
vomito sem brasão, canudo ou terno

pois minha mente sempre imagina
um ser detendo condição de eterno
ao ser pior que o mal que lhe domina.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Big bang biológico.


Teu calendário é teu. Particular
é o teu tempo. Séculos passados
criaram os zumbis, os abortados
e uma evolução peculiar.

Capaz de dar títulos aos coitados
e fazer um ser fraco despontar
pois você luta pelo despertar
daquilo que agora é finado.

Criamos os heróis imaginários
embora nossa mão sempre encontra
a mão que nos açoita nos calvários

Provando que o teu tempo aponta
todos os outros tempos necessários
capazes de gerar a grande afronta.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Detendo o tsunami


Eu acredito que meu compromisso
no curto espaço desta vida infame
é provar que, por mais que você ame,
maior você será um submisso.

Mamífero primata com desmame
se traumatiza e não quer fazer disso
um rítmo constante pois é isso
que faz com que o mar sofra derrame.

Exterminando todos os amáveis,
acabaremos com os sofrimentos
e as situações tão deploráveis

que acompanham todos os tormentos
e causam atropelos explicáveis
de ondas que devastam pensamentos.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Soneto de macaquices


Primata negro age com instintos
que nos pertencem. Estes obscuros
prazeres permanecem em escuros
quadrados que taxamos de recintos.

As arianas sentem seus paus duros
e são atraidas pelos seus pintos
obeliscais e fortes. Foram tintos
por tintas de elementares puros.

Por mais que o macaco-rei impere
e ganhe a loira noutro dialeto,
nossa razão lhe mata...lhe fere...

A régua da razão só mede reto.
Poder que é poder jamais difere
piroca branca de piroco preto.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Viver e perder tempo...


Expurgo a virtude adquirida
em uma encruzilhada da vivência.
Assim que ela entrou em decadência,
observei sua luta perdida.

Se antes ela era sapiência,
agora é uma coisa apodrecida
que logo logo será expelida
garantindo minha sobrevivência.

Sou fraco e por isso me iludo
com a virtude que me fora dada.
O tempo é um bebê velho e barbudo

que corre de forma desenfreada
gritando que o passado era tudo
e que agora, o tudo não é nada!

O mártir da festa.




Que roupa eu usei naquela festa?
Até hoje não sei quem me vestiu
com as vestes da puta-que-pariu
o último bastardo que nos resta.

Que roupa eu usei? Você que viu
toda doçura branda que nos resta?
A gentileza dominando a besta...
Enquanto eu sangrava você riu?

A tosca falha de minha libido
unida ao trabalho que eu faço
deixou-me totalmente produzido

com corda no pescoço sem o laço,
e um poder humano resumido
a roupas e atitudes de palhaço.