sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Asma.


Perigo ao perceber que o real
falso é contrário a fantástica
infinitude que dá a asmática
negação da vida, o irreal!

Sem ar no pulmão, toda a estática
forçada a se livrar da desleal
caverna escura, sobe ao Nepal
pois lá, falta de ar é didática!

No mais alto dos cumes, o serralho
inexistente cessará o inflame
de todas as bucetas. O caralho

sem o tesão que em seu cone enrame
perceberá enfim, todo o trabalho
da mãe negando o ar a vida infame.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Anima, teremos animus!!



Eu compreendo bem o que tu sentes
pois tua voz foi forte e masculina.
Tua verdade é forte e elimina
figuras destes machos tão ausentes.

O teu poder não vem dessa vagina
nem da masculinidade latente
que luta em afastar meu corpo quente
do sonho que tua mente imagina.

Tens o poder de exterminar gente
que te perturba toda madrugada
dizendo que você será usada
por um fracote feio que só mente!

Eu poderei interagir com algo
que ultrapasse minha vã razão?
A primavera-verão deu tesão
a esse cavalo que eu cavalgo?

Se esse simbolismo que eu galgo
perpetuando minha condição
além da sombra desta maldição
que, com água salobra sempre salgo,

tentarei jogar o meu pensamento
nas ondas deste mar desconhecido
que permanecerá como um amigo
banhando minha carne em desalento.

Novo ciclo


Se o inverno representa a morte
no simbolismo do ciclo materno,
que venha a morte e um novo inverno
acompanhando a arte e seu suporte.

Se minha alma queima neste inferno
de sofrimento, angústia e má sorte,
eu servirei a força que dá porte
e joga ao mar o pensamento eterno.

Inevitavelmente danço a dança
que embriaga sem deixar de porre
e traz a primavera que alcança

um novo ciclo pois o tempo corre
fazendo-me seguir sem esperança
pois ela é a última que morre.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Exigências.


Você quer que eu morda os astros?
Que eu cuspa fogo?
Que eu corte os mastros
Pra fazer seu jogo?

Você quer que eu morra no pogo?
Que eu seja demagogo?
Pra fazer seu jogo
E me juntar aos Castros?

Pois te digo, minha amada:
Eu já fiz de tudo...
Da coisa mais maldita a mais sagrada!

Você me exige um grito mudo:
Te amo, desgraçada!
Por isso estou barbudo!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

40!!


Que ótimo, já sou um quarentão!
Há tempos que eu almejava isso:
quarenta anos sem o compromisso
de pertencer ao sistema padrão

que escraviza dando a abolição.
Dá forças para o ser ser submisso,
está presentemente bem omisso
e pisoteia sempre dando a mão.

Adoro envelhecer neste caminho.
contra-corrente pra mim, é lazer.
Sou pássaro liberto de meu ninho

voar é o que eu gosto de fazer
pensando sem limites. Um bom vinho
que envelhece dando mais prazer