quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Femme fatale


Lá vem aquela fêmea fatalista
especialista em jogar no ralo
o homem, seu orgulho e seu falo
em um velho ritual niilista.

O macho iludido sofre abalo
ao sentir e ver coisa nunca vista.
Morfado em um porco-chauvinista,
no galinheiro, ele não é galo.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Curvas, carnes e formas.


Magreza extrema via passarela
tentando burlar antigos costumes
ao retirar das fêmeas os volumes
que dá ao homem, a visão mais bela.

Se a faca afiada tem dois gumes
que corta a curva sempre dada a ela,
o osso entalará em minha güela
fazendo-me subir em altos cumes

para buscar o que me delicia
e me completa em paz, fortuna e sorte.
Enfim, ganharei o que merecia!

As mais gordinhas sempre terão sorte
porque o ser humano associa
mulheres magras a visão da morte.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Equilibrio


Assim que a cortina de fumaça
se dissipou em meio ao pensamento
imediatamente o tormento
me alcançou como se fosse caça.

Enquanto a tristeza se engraça
neste peculiar e vão momento,
tudo que imagino e fomento
engulo com o veneno da taça.

Pulmões rosáceos sentem novos ares
em meio a todas estas tempestades
que sempre varrerão os nossos lares

no caos urbano de nossas cidades
que faze-nos sentir com os pesares
o deleitar-se em leitos de entidades.