terça-feira, 29 de outubro de 2013

Queimar cartórios.

Um lampião, duas grandes sacadas:
Fotografar defuntos em velórios
e queimar documentos dos cartórios
do município chamado queimadas.

Registrar as imagens dos notórios
mortos, irão compensar as queimadas
dos documentos das historiadas
forjadas no cartório de queimadas?

Respondo: Verdadeira recompensa
não foram as cabeças do cangaço
fotografadas.o estado que pensa

que nossa maioria é bagaço.
A nossa recompensa: Ver a prensa
de carne tentar amassar o aço.


O alquimista ceifador.

Mentir, trair e ter os interesses
mesquinhos distribuidos apenas
entre os fracos e suas pequenas
medidas que não medem nem os meses

faz invejar até mulher d'Atenas.
Ele quis mamar vacas feito reses.
Seu peso foi medido por Franceses
que cospem em Papai Noel, em renas

e em tudo o mais que estrapole
a logo realística-fantástica
que tanto o francês bolado bole.

Sentí o tempo destruir a fábrica
e a máquina que faz o ser mole
se derreter na câmara hermética.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Do mar.




Mulher vivendo em corpo de menina
que se desdobra em dez para explicar
que a sereia presa na piscina
é a menina que deseja o mar

Teu mar inconsequente imagina
aquilo que não podes aceitar.
Tua piscina cheia faz vazar
a água e sal do amor. Sua vagina

transforma mais que lava de vulcão.
És máquina criada por tormento
fundida em fogo livre de paixão.

Eu, sátiro, adoro esse momento
de dar cadência a revolução
sentida no seu puro sentimento.




Seppuku.

Eu e mais duas testemunhas vivas
estávamos tratando de ciência
buscando a mais nova experiência
evolutiva livre das ogivas.

Quem atentou-me não tinha demência.
Em tempo: Percebeu as duas divas
marginais. Desdobrar as shivas
deu ao seu intestino a dormência

necessária para que a estaca
pudesse enfim acalentar
as suas tripas que pediam faca.

Depois de tudo isso, sem sentar
nem carregar embrulho, o babaca
se viu malandro e foi se aposentar.

O discurso do dito.


Desdobra-te! A coisa se desdobra
intermitentemente. Paralizadamente
seu corpo liberto de sua mente
pesará dormente. O que lhe cobra

faz isso corporativamente
pois ele vive do corpo que sobra.
A cobra mordeu o rabo da cobra.
Mataram a mulher e sua mente.

Se o olho do gato incomoda
a compostura humana, já fraqueja
o discurso do dito. Virou moda

temporal neste maldito tempo? Veja:
A vera semelhança só poda
asas de mosca. O homem veleja...

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O embola bosta.

A morte e o luto são sagrados
valores malditos de uma vida.
Se adiante! Não és mais ferida
mundana de sangues coagulados.

Teu passado? Puta arrependida!
Teu presente? Lâmina de dois lados.
Os futuros estão acomodados
equilibradamente na medida

transcendental da marginal que galga
e mede certo sem ter a bitola.
Sente a carne quente que salga

o ser carente. Besouro atola
o ego no meio do cú e cavalga
a bosta que o embola bosta embola.


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Assado de preconceito.

Retire levemente o conceito
ultrapassado da cabeça infame.
Incinere tudo que você ame
adicionando piroca e peito.

Duzentas gramas do teu preconceito
fermentará abelha e enxame.
Socialismo ficará imune.
Regue com sal e alho o seu leito.

Assim que o tempero ficar pronto,
queime todo o dinheiro existente.
Retire o tutano do odonto.

Descanse por cem anos este dente.
Devore-o agora, ente tonto
pois o seu tempo é intermitente.

Escondidinho de clave de sol.

Picote um lá menor sustenido.
Adicione pimenta a gosto.
Reserve tudo e fique em seu posto.
Deixe mar marinar. Fique sabido.

Esconda a imagem de seu rosto
e frite tudo que está fodido.
Assim que corar o saber perdido
e adicionar tudo que eu tosto

no alguidar, coloque os dois frandes
"xei di  graxa" e ache muita graça
nesta vida. Três pensamentos grandes

e completos serão o que você caça.
Procure na cordilheira dos andes.
Misture e coma bebendo cachaça.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Rendez vous depakote

Cozinhe o conceito sexual
com dois planetas. Marte será um
e morte, permanecerá nenhum
até que Deus imole um animal.

Misture tudo. Adicione rum
medido em uma escala decimal.
Amasse bem a cadência primal
na força de seu cú soltando pum.

Dê mais valor a receita que crio:
Ao rechear mui bem esse salgado
com a polpa da pompa e do brio,

ferva na água do mar desolado
e decore com seu sangue. Sirva frio.
O que restar, mantenha congelado.

Índigo.

Imitar o gato que se equilibra
na cumeeira do topo do mundo,
lhe fará marginal do supramundo
extremo que toca o cosmo. Vibra

ao ser um felizardo vagabundo
perceptor da diferente sombra
que se projeta na luz. É penumbra
do pensamento largo e profundo.

Equilibrado na tangente, o ser
que compreende tudo o que eu digo
verá seu umbigo desaparecer

e não apodrecer. Hoje não ligo
noite  nem desligo amanhecer.
Vivo e existo em índigo.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Culinária.

Comecei a gira-la pra esquerda.
Pulsava prateada numa rápida
escala. A coisa ganhou uma vida
vibrante enquanto aquela lerda

da direita, protegeu-se intrépida
dentro de uma cápsula de merda
viva. É isso que a direita herda:
Merda humana e forma estúpida.

Equilibrei no meio e já vejo
a conjuntura toda a desdobrar.
Os gagos sabem mais. Eu não gaguejo

ao fazer um riacho para o mar.
Quem possuiu o mar fui eu. Latejo
ao cozinhar e devorar amor.

A inconstância.

Sol nasce. Sol morre. Não avança o dia
que detém sua luz. Noite escura
com tristes sombras mata formosura?
Contínuas noites tristes. Se alegria

cessava com o sol, porque nascia?
De tão formosa que é, essa luz só dura
até sentir que o fosco transfigura
e mostra como a pena se fia.

Se sombra e luz não possui firmeza,
a formosura não possui constância.
Vive na alegria e na tristeza

que move a boca com ignorância 
humana ao não dizer que natureza
e arte firma-se na inconstância.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O cheiro podre do sagrado.

Teimar em recorrer eternamente
por sobre a vontade da justiça
que, imparcialmente me atiça
com a revolução em minha mente.

O além-justo permitiu carniça
apodrecer descompassadamente
ao redor de meu corpo vivo. Mente
ao fingir ser chulé. Bolor, preguiça

e outras sensações não tão amáveis,
fazem os vizinhos ao meu lado
lamberem os meus ranhos tão palpáveis

e comestíveis. Serei devorado
por seres que, de tão desagradáveis,
sentem o cheiro podre do sagrado.


Pulsar no universo infinito

O homem feminista é aceito
na "Ordem das xotas calamitosas".
Livre, desdobrará prisões e prosas.
A pica-leite será platô-peito.

O significado destas rosas
vermelhas calará teu sonho no leito
ultrapassado que não tem respeito.
Enfim, terás coisas maravilhosas.

Agressivo, Nectar de cachaça
desdobrará o tempo e a hora
em que Jesus nasceu. Na tal palhoça

em que galinha bota ovo que gora
o nosso pensamento, uma carcaça
se devora de dentro para fora.