terça-feira, 31 de maio de 2011

Quatro estações


A primavera te fez renascer
mais não matou o teu pensar passado.
Veio o verão que lhe deixou queimado
na tentativa de fazer crescer

em um outono já alienado.
Inverno nunca irá te florescer
pois ele representa o morrer
e o renascimento do coitado.

Lição somente para os mortais:
Não reduzir-se a vermes ou bacilos
pois mesmo misturado aos boçais

iremos dar valor a nossos templos.
pensando desta forma logo mais
faremos valer quatro novos ciclos.

SONETO DE LUTA CONSTANTE.


Fugiu do raciocínio ver-te pária
assim como saiu pela tangente
o julgamento humano e pungente
que te pegou p'rá cristo. Gente otária

jamais visualizará o dente
do primata. A interplanetária
sabedoria é involuntária
e só é dada p'ra quem não é gente.

Macumba pega só em quem aceita
e se deleita em saber que não pode
lutar contra o domínio de uma seita.

Ramon falou assim: - Então, não fode!
jamais serei expiatório...Eita!...
estão querendo transformar-me em bode!

A dama do hades.


Teu nome é morfológico e forjado
em uma forma diferenciada
da morfo do cadáver. Carne dada
aos vermes não lhe soa de bom grado.

Senti a vila nova sendo dada
ao pensamento puro e elevado
assim como o Fonseca já foi dado
a quem secou a fonte tão amada.

A primavera volta e o mundo gira
em supernovas livre da vertigem
de se queimar em um verão de ira.

Razões são pensamentos que dirigem.
Sabendo que tu podes ser mentira,
Jamais indagarei a tua origem.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Carnaval no inferno.


O paganismo é puro e vertente
da mesma condição de fazer arte,
ter livre arbítrio pra viver em Marte,
amar a sorte e ter a morte em mente.

Ignorancia sofrerá enfarte
por não absolver algo latente
que sempre foge da mente que mente
e simplesmente vira um encarte.

Aqueles que repetem a lição
repetitiva desta nossa escola
se queima como se queima o carvão.

A nossa vida rola como bola
numa disputa de competição
que nos emerge ou que nos atola!

A uma amiga que não conheço.



Complexo é tentar em um soneto
falar que o set list que fizestes
é o meu gosto musical em testes
num mar tão singular que eu me meto.

Conheço muito bem teu dialeto
e sei que esta capa que tu vestes
não vem de Minas. Ventos sudoestes
pertubam os mutantes do oeste.

A andorinha pura, viril, quente,
migrou com a ternura do momento
a uma condição que lhe alimente.

Se o tornardo for virar tormento
a ponto de fazer ranger seu dente,
abra suas asas e fuja num vento.

Eu e os mortos da guerra.


Depois de ver a musa que eu amava
sangrar até a morte em uma esquina
de uma encruzilhada em minha sina,
ganhei a coisa quente como lava.

Depois segui em frente na surdina
de não saber o que eu procurava.
Perdi motivação que eu amava
e fui expulso da quente vagina.

Porém, Silêncio fez-me escrever
agindo como agia o cigano
que some antes que a gente possa ver.

Dizendo-me assim(se não me engano):
-Tú só não és zumbi por escrever
o que eu penso fora deste cano.

Trabalho.


Aqui tem sopro quente e reza forte.
Metade do que escrevo irei queimar
em um fax primata. Vou teimar
em aceitar o brio de meu porte.

Vampiro se alimenta de meu corte
assim como a ciência quer o mar.
Só o desconhecido faz amar
Pois é o amor que desconhece a morte.

A metade que não queimei eu peço
Em um pensar livre do perecer
das coisas fortes que eu não esqueço.

Eu lembro de quem fez por merecer.
Trabalho punk eu sempre fortaleço.
Mais que se foda! Não quero saber!

sábado, 28 de maio de 2011

Mãe terra parideira de zumbis.



Cova rasa. A carne dada aos vermes
cumpria já o seu mais nobre ofício
alimentando a terra e o seu vício
de acabar a cor de nossas dermes.

O fim do ciclo agora é o início
que cria novas veste para Hermes,
mais fraco ou mais forte que os germes
presentes no princípio precipício.

Verdade não faz sombra em alto cume
e seu poder faz com que o herói congele.
Por isso nossa carne é um estrume

sem força nem valor dum ser que vele
dizendo que a terra é o curtume
que aproveita mal a nossa pele.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Soneto de demasia.


Agora posso estar sendo um sátiro
que rí enquanto leva uma porrada
de um falso amigo. A disparada
soa tão forte quanto soa um tiro.

Já que sou um demônio da passada
verdade apresentada num papiro,
posso criar a "vera que eu miro"
e acabar com o pensar do nada.

O que criei terá um adereço
pois o expurgo soa como um grito.
Analisando a fundo o que mereço,

desesperado soltarei o atrito
que selecionará os que conheço
a um pensar enorme e infinito.

Laranja


Eu falo pra você chupar meu falo.
Tu falas que sou porco sexista,
embora penda mais pra anarquista
pois cuspo, grito, bato e não calo.

Fascista, militar e neo-nazista
tem tudo mesmo é que ir para o ralo.
O verdadeiro punk é um calo
nesta sociedade consumista.

Você se diz ser punk pra caralho
mais ao invés de sair para a luta,
vive como uma puta no serralho

mesclado com uma virgem que debuta:
Na frente da galera é um alho,
no entoque é uma rosa sem labuta.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Respeite os oito baixos de meu pai.


“Respeita os oito baixos do teu pai”
Luiz Gonzaga.


A música tocada neste fole
nenhum maestro poderá pautar
pois só quem guia o fole irá notar
o individualismo do controle.

Ainda neste blog irei postar
meu pai tocando para sua prole.
O instrumento puro sempre bole
o que não pode se comensurar.

Primeiro vi tí Silva soberano
guiada por um músico nervoso.
Pelo que conheci, se não me engano,

meu pai agia sempre pavoroso.
Liberto do clichê no escuro cano,
Papai agora é forte e sobre-humano.

Confissões de um otário


Teve uma vez que eu fiz um assalto
a mão armada por necessidade.
Não agi de má fé nem de maldade
e tudo correu bem pois fui incauto.

Vendia drogas por toda a cidade
e minha moto velha no asfalto,
fazia-me brilhar como o cobalto
que despreza metal que funde grade.

Palavra forte irá acontecer
quando ela for tecida numa roca
por uma aranha punk a me dizer

que esse oito baixos que Pai toca
antes da morte nos apodrecer
trará nosso buraco de minhoca.

Soneto anal



O cu mais que um órgão é uma loca
escura e, dependendo do sentido,
pode expulsar e pode ser metido:
Vomitar merda e engolir piroca.

Pequeno, cabeludo ou fedido.
Fodido na suíte ou na maloca.
Na contra-mão é que ele vira toca
e entoca quem quer ficar escondido.

Mantendo-se fechado ou aberto,
falar de cu é uma grande besteira.
De uma coisa sei que estou certo:

Quero comer uma mulher faceira
e parafrasear o “Rei Roberto”
te cavalgando uma noite inteira.


“Vou cavalgar por toda a noite
por esta estrada colorida...”

terça-feira, 24 de maio de 2011

Soneto a minha filhinha morta.



Vivi com a Loucura sete anos
em uma encruzilhada tão maldita
que minha filha morta pinta a fita
de “agora acabou” no fim dos canos.

Sofri com o demônio Megabita
que decompôs meus dentes nestes anos
vividos em infernos não-humanos.
A coisa decomposta me habita.

Por ser um infernal agora atento
a linha que eu sigo e sempre imito
guiada por um mártir de delito.

Mais leve que a pluma anti-atrito,
um sonho ruim conduz meu pensamento
ditando as palavras que vomito.

Seres reprimidos.

Que bom que vez ou outra se adentra
em nossas manchas negras a sagaz
mentalidade livre da antraz
doença que meu irmão alimenta.

Somente a forte flor será mordaz
ao matar Sensual que sempre enfrenta
a carne podre oferecida a benta
mulher que dá comida a Satanaz.

A base que nos serve de alento
não é a mesma da inspiração
que dita o que tens em pensamento.

Teu objeto é compaixão.
Tomara que alcances o intento
que proverá a tua perversão.

Arquétipos


Aranha,Urso,Cavalo e Vampiro
são imortais arquétipos viventes.
Sentimentais de forças tão latentes
que só serão descritas no papiro

de um poeta que possui vertentes
diretas como a força de um tiro.
Guiada pela força que eu miro
este quatrilho vindo das batentes


de nossa condição nos faz sabendo
que todas as delícias e sabores
nos guiará a um só minuendo.

Preso a essência livre dos valores,
documentadamente vou fazendo
eternizados estes condutores.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Malditos Punk's!!


Por ser livres de ditos repetidos
pelos besouros que andam nos canos
e possuir o que os seres humanos
conhecem do que nunca foram lidos,

Conheço carnes embaixo dos panos.
Eu crio por detestar esquecidos.
As vezes sou julgado por insanos
ignorantes não reconhecidos.

O Punk passa livre na lição
da condição de um ser desgraçado
mais preto e mais queimado que tição!

Nascido deste lixo, o castrado
irá fugir de sua condição
valorizando o que não é mostrado.

Soneto de fuga.


Aprendí através do sofrimento
que sofrerei um belo up-grade.
Serei capaz de entortar a grade
e mergulhar no mar do pensamento.

Irei fugir antes que o mundo acabe
seguindo pela via do tormento
isenta do espaço e do tempo
e percorrida pelo ser que sabe.

Amor e musa mortos na perdida
estrada fria e sobrenatural
de minha filha morta. Despedida

que deu-me o inferno abissal.
Eu brindo Morte enquanto mato Vida
que nega o pensamento universal.

Andarilho da estrada perdida.


Depois de surpreender Fatalidade
e aprender com Cronos uma parte,
ganhamos o portar do estandarte
paradoxal da Eternidade.

A nossa condição foi o descarte
jogado no esgoto da cidade
com Dª Escória, Punk e Liberdade.
Desterro ostracista made in Marte.

Quando Verdade não quer se vender,
Provecto despertará Dormêncio
revolucionando nosso conhecer.

Milhões de anos antes do estêncio
e da palavra fazer entender,
tivemos um ditado com Silêncio.

Soneto vicioso


Se eu possuo vícios de linguagens
é por que isso faz-se necessário.
Assim como a terra quer o bário,
os seres vivos querem sacanagens.

Os vícios ilustram as passagens
dos ciclos, assim como o calcário
veio de um sistema involuntário
que desde o primário dá mensagens.

Naturalmente é destribuida
os passes livres para os despertos
que são inscritos na reconhecida

“Ordem dos faceiros e espertos
humanos seguidores da perdida
razão da pré-história dada aos certos”

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Traços rudes.




Se nosso Zé-colméia é urso rude
que nunca pertenceu a essa laia
humana dos “asteca-nazi-maia”,
ele conduz poder que não ilude.

Se foi primata da primeira gaia
que logo após ser mar virou açude,
ele não deixa que a arte caia
nas garras do clichê, do amiúde.

No favo de fel tem um instrumento
capaz de unificar em uma parte
o desdobrar de nosso pensamento.

Feliz, receberei o meu encarte
tendo a moral de ter meu pensamento
eternizado pela sua arte.

Casa nova.


A minha casa é tão absurda
que as vezes duvido viver nela
embora me debruce em sua janela
no tempo em que a razão é surda.

Eu entro e saio pela sua porta
com toda a liberdade de quem cria
o dia quente e a noite fria
no cômodo feliz que me suporta.

A minha casa não está na terra.
Em barro, natureza e capim,
sou parte dela e ela é de mim
subindo o morro ou descendo a serra.

Tomei cuidado com a minha casa
ao descobrir que vivo dentro dela
pois, quando abri a porta e a janela,
ví o mundo lá fora em fogo e brasa.

O tempo que eu gasto lhe erguendo
é o melhor emprego que eu tenho.
Quando estou sisudo e franzo o cenho
quero falar: essa casa não vendo!

Soneto atentado



Atentamente vejo essa linha
que cose meu tecido secundário
guiada pelo aço mortuário
de uma agulha que sempre foi minha.

Sou eu que traço meu obituário
na física da fúnebre daninha
que todo dia morre na tardinha
da luz que se apaga em meu calvário.

Depois de ter a base massacrada
e ser podre sisudo, não me iludo:
Sou um equilibrista em disparada

na cumeeira deste muro mudo
eterno que divide o tudo e o nada.
Um ser servindo a Deus e ao Chifrudo.