quinta-feira, 30 de junho de 2011

Soneto de amor


Adoro tua cor vibrante e forte
que me atrai feito imã potente.
Não posso imaginar você ausente
pois este pensamento é minha morte!

Quando te beijo, o meu corpo quente
eleva-se e ganha novo porte
pois teu amor sincero me dá sorte
e faz meu sentimento mais latente.

O teu perfume age em meu lixão
tal qual a ave age no seu ninho
cedendo um lar a quem sai do caixão

tão trôpego. É tão nobre o caminho
que trilho. Embriagado de paixão
cantando os encantos do bom vinho.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Liberto.


Felicidade é o que eu vivo
e forjo por ter grade de artista
capaz de fugir do clichê da vista
do verme que se considera altivo.

Felicidade: ter meu nome em lista
no cume mais alto e incisivo
que serve como um grande pivô
separador desta doença mista

de um pensar palpável que se alcança:
Um passaro enfim sendo liberto
das garras da maldita esperança.

O teu inferno agora está perto
e é medido em prato de balança
martirizado pelo que é certo.

domingo, 19 de junho de 2011

Lama decomposta de terreno morto.


Esqueçam as ciências ensinadas
a uma humanidade violenta
que tem como intento uma fomenta:
maldades nunca antes alcançadas.

Vale maldito! há bom ser que tenta
levar verdades sempre ensinadas
as almas que não foram enterradas
na cova deste vaso que deus senta.

Não gosto da palavra compaixão
que Kafka morfou em merecida
barata asquerosa da razão

de um zumbi sem alma. Perdida,
drogada por Maldade e Ilusão
e queimada por Cosmos nesta vida.

Arcano Futuro Palpável.


De onde brota este condutor
capaz de fazer teleguiação
e transformar a minha condição
liberta da tutela do tutor?

Quem foi capaz de fazer a menção
mudando o titular para um“dutor”
especialista em canos do motor
sentimental que quer manutenção?

Invoco nome forte e santo: Anás
que tem força cortante como laser.
Sabemos que na manga tens o ás

que morfa o caos em área de laser
deixando o sentimento para trás.
Borracha e óleo compõe novo ser.

Matriz pré-socrática.



Se não manipular-mos essa luz
que vara nevoeiro e ar impuro,
seremos só as vítimas do duro
espelho grosso. Ele reproduz

imagens projetadas em um muro.
Existem seres buscando o capuz
que cobre a cabeça que seduz
o pensamento puro como ouro

passado ao humano adolescente
e ao mais velho ser que hoje existe.
Deveras a razão foi inocente.

Na madrugada, o morcego insiste
em pertubar a paz de minha mente
trazendo Côncius com seu dedo em riste.

sábado, 11 de junho de 2011

Duelo no sertão que já foi mar


Insisto porque nunca desisti!
Lutando em manter-me atualizado,
sinto sumir o traje massacrado
e a roupa nova que ontem vesti.

O existir do fogo me alimenta
e queima o que fomento. Eu não presto
pois ante esta justiça eu atesto
o plano que Maquiavel atenta.

Durante a queda fui ganhando senso.
Perdendo musas, eu não fraquejei
e recorri a tudo que eu sei,
que imagino, vivo, sinto e penso.

O pobre ser ganha a condição benta
regada a fé, verdade e palavra
pois sertanejo bom é o que lavra
aquilo que seu pensamento tenta.

Desculpe a frialdade impessoal
que leva-me na corrente contrária
da coisa que de forma arbitrária
invade minha vida pessoal.

Eu sei que o que mais te interessas
é eu te elevar e vice-versa
em uma troca pura e imersa
no que me foi mostrado as avessas.

Capaz de sentir todas as magias
naturais que escondem os segredos
envoltos entre seixos e lajedos
e em salobras águas que tem gias,

recorrerei a meus antepassados
buscando inspiração para ditar
o que eu possa enfim imaginar
no tempo dos relógios atrasados.

Nasci em um sertão que já foi mar.
Por isso nado pra morrer na praia
que representa o fim de uma raia
que jamais poderei comensurar.

Meu Pai que viveu lá sentiu a força
em extinção que guia o gênio rude
lhe dando atitudes que não pude
botar em voga. Que a palavra torça!

Exaltarei agora nestes versos
seus feitos livres do clichê imposto
pois tudo que pai fez,fê-lo com gosto
d’um sertanejo em um mar imerso.

Emergirei do chão de sal e sol
a coisa antiga, viva, conservada,
e mundialmente aclamada
por um sinal universal: O “lol”.

O umbigo de Pai era no peito
devido ao desafio que aceitou.
Antigamente o ser que lhe peitou
resolveria a treta deste jeito:

Insulto é pessoal,intrasferível
e resolvível de maneira nobre:
Só um fará com que o outro dobre
da forma mais estranha e terrível.

São dois humanos com duas peixeiras
empunhadas em cada mão direita.
A sinistra amarrada nunca peita
o fim destas histórias derradeiras.

Começa o duelo dos mortais:
Amarrados se rasgam, impedidos
de se distanciarem dos perdidos
buracos de minhocas tão letais.

Meu pai sobreviveu ao desafio
por ter valor de sentir oito vezes
a musicalidade dos revezes
que de tão simples, passa em um fio

liberto dessa lei tão soberana.
Vim de queimadas e vi em queimados
as coisas que não soam de bons grados:
A faca fina que rasga a membrana.

Não há ato tão nobre quanto a briga
destes dois seres amarrados. Vera
é desvendar o que essa quimera
deseja que a humanidade siga.

Resumo: Mortandade fez a festa
em golpes altos,baixos.Foi o médio
que rasgou intestino e intermédio
de Pai. Calor que sinto hoje atesta.



Continua...

quarta-feira, 1 de junho de 2011

O despertar dos sonâmbulos.


Eu sei como despertam os sonâmbulos
pois vi a noite seus leitos malditos
e, num buraco negro, gens aflitos
tentando completar macabros ângulos.

Percorrem em milésimos o infinito
explodindo as estrelas super-novas.
Despertar os sonâmbulos de suas covas
É repetir de novo, um velho rito.

O mito vivo descobre os sinais
e nada mais lhe faz ar de mistério
pois, o caminho para o necrotério,
só causa medo ao julgar dos mortais.

Revela que a palavra e a loucura
tramam pra que sonâmbulos acordem
em meio a todo caos e a desordem
pois eles representam a arte pura.

Não religião.


Religião representa o nocivo
retardo no pensar da humanidade
distorcendo o bem e a maldade
e transformando ativo em passivo.

Usou razão com grande frialdade
para gelar o coração altivo
matando ainda em vida o ser vivo
com dogma, doutrina e castidade.

As vezes dá vontade de gritar
que o ladrão e crápula assassino
disfarça-se com um manto no altar.

Não acredito em bispo ou rabino
e sinto grande náusea ao escutar
a santa igreja badalando o sino.

Aceleração de pensamento.


Wando escreveu “coisa cristalina”
recitando o prazer em cheirar pó.
Zeca Pagodinho então, sem dó,
declamou várias sobre a cocaína.

Trancado no banheiro eu estou só.
Acomodado sobre essa latrina
vou aspirando uma carreira fina
enquanto a merda sai do fiofó.

Escrevo pois não gosto de falar
da força que me puxa e me atola
na segurança pura do meu lar.

Confesso que até já cheirei cola
mas nestes versos quis articular
que ontem a noite aspirei brizola.

Foda-se!


Entendo pouco psicologia
e, até tenho certos pré-conceitos
por não compreender como defeitos
merecem mesmo tanta apologia.

No continente africano os peitos
da mãe de Freud antes nunca agia
conforme age a vã demagogia
retirando seus ritos de direito

de serem pais do rock e condutores
da mais moderna arte expressionista.
Saqueados por muitos escritores

Intérpretes da má iluminista
criadora da guerra. Escritores?
Geravam a coisa falsa e chauvinista.

Devaneios.


Em uma noite estive com Quimera
e um sonho maior pude apalpar.
Foi coisa forte que pude escapar
alegoricamente vivo feito fera.

Fugi ao céu pra me livrar do mar
porém o mar, absolutamente espera
absolver da mais negra pantera
instintos novos para imaginar.

Busquei poder quando ele enfadonho
mostrou-se imenso,porém sem a gula
que teve no passado.Eu suponho

que o mar desolado só engula
aquilo que eu tiro e não ponho
no documento longo desta bula.