terça-feira, 24 de maio de 2011

Soneto a minha filhinha morta.



Vivi com a Loucura sete anos
em uma encruzilhada tão maldita
que minha filha morta pinta a fita
de “agora acabou” no fim dos canos.

Sofri com o demônio Megabita
que decompôs meus dentes nestes anos
vividos em infernos não-humanos.
A coisa decomposta me habita.

Por ser um infernal agora atento
a linha que eu sigo e sempre imito
guiada por um mártir de delito.

Mais leve que a pluma anti-atrito,
um sonho ruim conduz meu pensamento
ditando as palavras que vomito.

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Palavras cruas.